Outros povos mais avançados, usavam o desenho mas como uma forma de escrita, como o caso dos Egípcios e os Maias para expressar ideias. Nestes casos a comunicação era feita de forma muito mais precisa e detalhada, já que se trata de uma escrita, mas perde o ponto forte do desenho, ou seja, a rapidez da percepção da ideia. A escrita foi evoluindo para sistemas cada vez mais simplificados, os alfabetos. Em paralelo o desenho também foi evoluindo atingindo representações quase fotográficas por volta do renascimento é também nesta altura que surgem os primeiros desenhos técnicos.
O desenho técnico alia a facilidade e rapidez de interpretação à precisão e detalhe da comunicação escrita, deixando de parte a expressão artística. Mas nem sempre foi assim, alguns dos desenhos de Leonardo Da Vinci tentam mostrar de forma técnica alguns dispositivos, no entanto faltam-lhe detalhe, o detalhe necessário para os reproduzir de forma fidedigna.
Foi preciso chegar ao século XVIII para que Gaspar Monge criasse a geometria descritiva, (inicialmente usada na engenharia militar), para que o desenho técnico perdesse toda a expressão artística para se tornar numa linguagem técnica universal e sem ambiguidades.E assim o desenho técnico chegou ao estatuto de linguagem universal.
Ao criar o método diedrico, Gaspar Monge deu um grande impulso ao desenvolvimento tecnológico. Hoje em dia esse impulso ainda se propaga ao ponto de todas as áreas técnicas usarem o mesmo princípio da geometria na representação das mais variadas formas.
Este método foi sendo aperfeiçoado e simplificado, foram criadas normas para generalizar e uniformizar praticamente todos os aspectos do desenho técnico.
O conhecimento destas normas é essencial aos que lidam com desenhos, pois sem elas terão grande dificuldade em interpretar toda a informação contida num desenho. Imagine um cubo com um furo vazado numa das faces, agora tente descrever totalmente essa peça por forma a que a possa entregar para produzir da mesma forma que a imaginou, por exemplo no Japão:
…A Peça que pretendo é um cubo. Tem de lado 100 mm, ao centro de uma das faces existe um furo vazado, com 20 mm de diâmetro. Todas as peças que se afastem 0,1 mm acima da conta nominal de 20 mm e 0,2 mm abaixo da mesma serão peças consideradas fora da tolerância e por isso não serão consideradas operacionais. Em relação ao furo de 20 é tolerado um desvio simétrico da cota nominal de com um valor não superior a 0,05mm. As faces de cubo devem ser controladas em termos de forma, assim o toleranciamento geométrico admitido para o paralelismo entre as faces é de 0,1 mm…E a descrição poderia continuar… Repare que estamos a descrever um simples cubo com um furo vazado. O texto para além de longo é de difícil compreensão e provavelmente no final da leitura terá dificuldades em lembrar-se de todos os aspectos. Num desenho isso não acontece, “uma imagem vale mil palavras” é bem verdade.
Relativamente ao material, gostaria que o cubo fosse de alumínio, mas de um alumínio com uma dureza elevada (fica por precisar) As faces do cubo deverão ter uma rugosidade de ….
O desenho técnico é uma ferramenta muito poderosa e em tudo espectacular e foi evoluindo muito ao longo dos anos. Com toda a certeza que ainda há espaço para evoluir, prova disso são as constantes revisões às normas de desenho. Daí ser essencial manter-se actualizado com a informação mais recente sobre normas de desenho técnico.
Cá em Portugal o organismos que comercializa e elabora as normas é o IPQ (instituto Português de Qualidade). No caso português o IPQ é composto de 122 Comissões técnicas, tento cada uma delas um domínio diferente de actuação.
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